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terça-feira, 23 de outubro de 2012

O ciúme de Deus

Soa contraditório o fato de o nosso Deus ter ciúmes. Como seria, então, o ciúme de Deus? De logo, passa ao longe, qualquer comparação com o mesmo sentimento que alimenta certos corações humanos. O crente fervoroso busca livrar-se deste sentimento, o qual é possessivo, violento, dominador e opressivo. Para entendermos bem esta questão, devemos fazer uma equação ou dar um mergulho nas Escrituras. Em I Coríntios, 3-16, encontramos o seguinte: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. Como vemos, existe em nós uma centelha divina. Mas, para alçarmos a condição de “templo de Deus”, necessário se faz andarmos em espírito de temor e de obediência; buscando, com sinceridade de propósito, o reino. Todavia, a porta é estreita, por isso o crente precisa esvaziar-se de seus conteúdos carnais, dos seus desejos e viver pela mente de Cristo. A caminhada começa pelo arrependimento, pois é a partir daí que advirá o perdão dos pecados, o qual é dado por Jesus, o Cristo de Deus. Em Lucas, 3:3, encontramos: “E, percorreu João Batista toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados.” João não tinha autoridade para perdoar pecados, mas convidava o povo ao arrependimento, como primeiro passo para a salvação, que seria feito pelo Filho de Deus. Tudo se inicia com a decisão do crente em salvar-se. Arrependimento e aceitação de Jesus Cristo, como salvador. Somente a partir de então, o templo de Deus começa a ser habitado, o vaso começa a ser limpo dia a dia, santificado pela perseverança na fé. Ora, uma vez tomada a decisão de viver pela graça de Deus, passamos a andar na luz e pela luz que existe em Cristo, razão pela qual já não se poderá retroagir, já não se poderá mais viver no pecado, isto porque, ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus. (Lucas, 9-62). O novo caminho escolhido é grave; e deve ser definitivo e único, pois é o laço para o homem apropriar-se do que é santo. A decisão deve ser madura e responsável, irretratável; caso contrário, o inimigo de Deus, buscando repouso para si e os seus, volta a habitar aquele coração invigilante, de onde saiu, levando consigo outros sete espíritos piores do que os primeiros; e o estado daquele homem é pior do que o primeiro. Mantida a comunhão através da oração e da saudável prática diária da leitura da Escritura, com constância na igreja, no amor, na muita paciência, na muita tolerância e na misericórdia de Deus; feita está a conexão ou o vínculo com o Filho de Deus, unicamente através da fé, doravante, o Espírito é perceptível ao coração e à alma do crente. Ele (o Espírito) passa então a nos instruir, a nos ensinar o caminho que devemos seguir; passará a nos guiar com seus olhos, exatamente por isso a misericórdia do Senhor nos cercará e nos guardará. O ciúme de Deus, ou melhor, o seu amor, nos livrará dos nossos próprios desejos, dos nossos próprios pensamentos, intervindo diretamente no nosso livre-arbítrio, inclusive, e, se necessário, até mesmo materialmente, para nos desviar do mau caminho. O seu Espírito nos advertirá e nos proibirá de trilhar o caminho do pecado. Não fosse só isso, também está escrito que “Se alguém destruir o templo de Deus – a alma do homem – Deus o destruirá...” (I Coríntios, 3-17). Uma vez alertado pelo temor, o crente se arrepende, se humilha e se desvia daquela cilada; foge e se distancia das arapucas, porque sabe pela Palavra que, “Desviando o justo da sua justiça, e cometendo iniqüidade, morrerá por ela; na iniqüidade que cometeu, morrerá. De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado em que pecou, neles morrerá”. (Ezequiel, 18:24-26). Assim, uma vez batizados no Espírito Santo, não haverá mais atrativos para o pecado e nem para os desejos insanos da carne. Sujeitar-nos-emos a Deus. Resistindo ao diabo, ele fugirá de nós. Portanto, perseveremos na oração e na vigilância, esvaziando-nos dos conteúdos carnais. Esta é a porta estreita de que fala o Evangelho de Jesus Cristo. Entremos. AMÉM. “Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito em que nós habita tem ciúmes?” – (Tiago, 4-5).